sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Lost before the dawn...


Três da manhã, o quarto fica sempre um pouco mais frio, deito-me depois de mais um cigarro apagado, deito-me e espero que alguma voz faça eco nos meus ouvidos... Dou voltas e voltas, sinto-me agoniada, sem vontade de sequer respirar depois desta complicada semana.
Quero manter-me ocupada. O mais ocupada possível para não ter de pensar, não quero parar um único segundo para que as lágrimas não me escorram desta vez, cansar-me fisicamente levando o meu corpo ao limite, esgotar todas as forças, gastar a vontade de respirar por mais um dia este ar pesado que pareço já não suportar...
Está tudo confuso, o mundo virado ao contrário e sem sentido, o mundo onde eu vivo e que parece não ser o mesmo que o resto dos mortais... Porquê?
Terei eu de ser sempre a pessoa que tem de superar tudo?! Quero ser eu e nada mais que eu, pura e simplesmente eu, tal como sou... Uma borboleta mágica sem qualquer máscara...
Estou cansada de viver os meus contos de fadas que nunca têm um "happy ending", estou cansada de ser a rapariga forte que esconde as lágrimas com sorrisos, cansada de ter que sorrir mesmo quando a sensação que tenho é que já morri há muito tempo esfaqueada pelo olhar que nunca tive e pelas palavras que nunca foram pronunciadas da maneira que eu julgava... Tou farta de fingir que está tudo bem, farta de fingir que não é nada comigo e farta de fingir que mais uma vez vou conseguir seguir em frente! Porque apenas "dois alguéns" conseguiriam fazer-me ser eu no meu estado mais puro sem esconder as lágrimas que me inundam, aquelas que agora só posso deitar à noite para que mais ninguém as veja, depois do tal cigarro apagado... Já aprendi a chorar no silêncio, é algo fácil para mim... Também este é meu companheiro, o meu silêncio que tanto me respeita, esse sim não me julga, não me critica, não me censura e também não me apoia...
Cansei-me, mete-me nojo a aparência de toda a gente, mete-me nojo as efemeridades da sociedade e de pessoas que se julgam superiores pelo que aparentam... Odeio simplesmente o engano estampado em todos os rostos... Talvez esta noite a almofada abafe os meus gritos eternos e eu me afogue nas lágrimas enquanto a minha respiração pára numa total asfixia... São 3 da manhã, já apaguei o cigarro e os meus olhos permanecem acesos na escuridão... Serei eu?!