sábado, 23 de julho de 2011

Beautiful Lie..



Preciso disto, preciso de escrever e riscar as palavras, escrever e rasgar o papel, preciso que a caneta consuma a minha alma, esta alma corroída... Há tantas coisas que precisavam de ser ditas, de ser sentidas... Há tantas palavras que precisavam de ser ouvidas... Eu própria precisava de te ouvir... Eu precisava que as lágrimas secassem e o meu corpo parasse de tremer, eu precisava de um empurrão...
Dói tanto quando lutamos e lutamos e lutamos e simplesmente os outros baixam os braços, os outros que ouvem milhares de outros à sua volta, esses outros que ouvem toda a gente menos a si próprios!!
Apetece-me apertar a garganta com tanta força, apetece-me deixar de respirar e explodir agora mesmo! Apetece-me tudo isto porque esta "má" onda parece infinita, parece sugar-me para onde não quero ir... Este não é o meu caminho, estou a pisar as pegadas erradas, estou a afastar-me e a perder-me porque tudo parece mentira...
Esta mentira para ti, que para mim foi tão verdadeira...
Não controlamos nada à nossa volta a não ser nós próprios, não controlamos absolutamente nada e quanto mais tentamos fazê-lo mais controlo vamos perdendo!
Desculpa, não sou assim, não sou de baixar os braços... É talvez por não ser assim que sofro tanto, tão intensamente. Sofrer desgasta-nos, consome as nossas forças, acaba psicológica e fisicamente connosco, mas eu sofro porque luto, e eu luto porque estou viva, porque há coisas que valem a pena, porque há coisas especiais... Mas a pior parte da luta não é sofrer, é a rejeição... A rejeição daquilo porque lutamos... É horrível ver o outro desistir... Vê-lo virar costas e baixar os braços sem nada dizer, sem deixar as palavras serem ouvidas... É horrível querer enfrentar as coisas e os outros não deixarem, eles próprios bloquearem o caminho... É horrível sentirmos nojo de nós, sentirmo-nos ridículos por todas a lágrimas que deitamos, sentirmo-nos arrependidos de tudo o que noutra altura foi especial...
E o mais horrível é sentirmos que tudo não passou de uma bela mentira...

sábado, 25 de junho de 2011

O sonho (3)



O sonho realizou-se. Realizou-se e levou tudo!
Não sei o que dizer, não sei o que escrever, deixo a caneta fluir enquanto as lágrimas escorrem pelo meu rosto até tocarem e esborratarem o papel... Dói tanto... Dói tanto quando as pessoas que mais amamos são as que mais nos desiludem, dói tanto quando lutamos e damos tudo até ao fim e a única coisa que pedimos é que ao menos façam o mesmo... Dói tanto, tanto, tanto, quando nos sentimos as piores pessoas do Mundo e quando achamos que a culpa é toda nossa... Mas dói ainda mais quando percebemos que aqueles em quem mais confiamos são aqueles que mais capazes são de nos fazer "mal"...
Não podemos exigir dos outros aquilo que somos, seria um disparate. Podemos apenas tentar fazer com que os outros entendam o que sentimos, embora hoje, isso seja também um disparate!
Às vezes é bom ser criança e inocente... Mas às vezes é bom ser-se crescido para se enfrentar os "problemas" cara a cara, para ter essa coragem... Por vezes as atitudes que fazem de nós crianças, têm que ser postas de lado, não devemos fugir das coisas, mas sim enfrentá-las, lutar pelo que ainda faz sentido para nós, apenas não se pode lutar sozinho...
Hoje acredito que as pessoas não são boas por natureza, hoje acredito que a "bondade" é uma questão de conveniência, que o verdadeiro objectivo é magoar e que a linha que separa o Homem do animal é mais ténue do que julgamos! As pessoas desiludem-nos, magoam-nos e simplesmente não querem saber! Eu senti essa dor... Sinto essa dor na lágrimas, nas mãos que ficam secas de as limpar, nos lábios que ficam quentes, inchados e vermelhos, que ardem só de o ar lhes tocar, sinto essa dor no estômago que contrai até vomitar, no coração que dói a cada lufada de ar, no corpo que treme até mais não...
Eu sinto isso e muito mais, mas secalhar sou apenas eu que sinto demais... Afinal eu também não importo para nada... Mesmo que esse "nada" seja "um nada que dói"...

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O sonho (2)



Era provavelmente 1.43 da manhã, quando decidi fechar os olhos carregados de culposas lágrimas... Logo que se fecharam entraram radiantes pelo sonho, pelo mundo de algodão, pós soltos e flores perfumadas... Sim, era este o mundo que os meus pés "elegantes" (como dizes) pisavam... Era neste mundo que me sentia leve, alegre, útil até!
Caminhava longos e belos caminhos, uma criança completamente rendida! Ali o tempo existia sim, mas não passava como na realidade, ali as "pessoas" não se fartavam, nao era possuídas por pessoas reais, nao tinham crueldade, orgulho ou razão que as dominasse, apenas amor!
Um dia, caminhava eu no mundo perfeito quando um vulto estranho parou no meu caminho... O tempo logo escureceu, as flores logo murcharam e não havia mais algodão que sustentasse o peso daquele mundo!
"Vem comigo, eu posso dar-te o mundo que sempre sonhaste, vem, vem comigo, eu mostro-te" "Quem és tu que dizes poder dar-me tal coisa, e no entanto já este mundo destruíste?"disse eu. "Tu chamaste-me, lembraste? O teu corpo real que dorme neste momento e que com tanta lágrima me chamou, sou um vulto da tua realidade no sonho!"

Continua...

sábado, 21 de maio de 2011

O sonho



É noite, abro os olhos em sobressalto, acordo agitada, desnorteada sem olhar para o relógio. O coração bate-me forte, tão forte, transpiro... Está quente a noite, abafada como se quisesse tirar-me o ar, como se eu não pudesse respirar, como se me quisesse asfixiar...
Tenho medo, esta maldita noite que não me deixa adormecer de novo, que me tortura e impregna horror... Não quero acordar assim outra vez, não quero sentir medo de adormecer e muito menos de voltar a acordar...
Tive um sonho, um sonho que reflectia medos meus, um sonho que não tenho "coragem" de revelar, um sonho que me atormenta... Um sonho que me fez acordar assim esta e muitas outras noites anteriores... Um sonho que pretendo, preciso e irei revelar, mas não hoje, não aqui e não nesta noite...

terça-feira, 5 de abril de 2011

"Sorriso"



"Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso."

Eugénio de Andrade

Um sorriso que, agora está MORTO!